O processo
decisório ocupa um lugar fundamental na Administração. O bom administrador
sobrevive de boas decisões, e mais do que isso, das suas consequências que
aparecem em forma de sucesso ou fracasso na vida da empresa que administra e
todos os stakeholders.
Mas o que
constitui de fato o processo decisório?
De forma
resumida podemos dizer: Problema e Decisão.
Um problema
sempre sugere uma solução, e tal solução é o que chamamos de decisão.
Etimologicamente isso fica ainda mais evidente. Problema é um obstáculo e
Decisão é o rompimento desse obstáculo, é uma forma de deixar fluir. Ou seja,
toda decisão é a solução de um problema.
Uma situação X sugere uma ação, e quando o problema o cenário está preparado para se tomar uma profícua decisão.
As decisões
são classificadas de acordo com os problemas. Nesse sentido, há decisões
simples e complexas, e decisões específicas e estratégicas. Por sua vez, podem
ser comprovadas de forma imediata, a curto e ao longo prazo.
Mas as decisões
não são tomadas aleatoriamente e por quaisquer pessoas. Existem os atores da
decisão, são eles: Decisor (que influencia diretamente a decisão), Facilitador
(que tem conhecimento dos problemas e auxilia o decisor) e o Analista (auxilia
tanto o Decisor quanto o Facilitador na definição e solução dos problemas).
O aspecto
cultural tem grande influência no processo decisório. A cultura que é
transmitida, aprendida e compartilhada revela características intrínsecas de
uma pessoa, grupo e Organização através dos 3 níveis: Comportamental,
Ideológico e material.
É preciso
enfatizar o aspecto holístico de uma decisão. Ou seja, saber que uma decisão
particular tem abrangência Universal. Numa empresa, por exemplo, uma decisão
departamental não atinge só aquele setor, tem relevância no todo da
Organização.
Os 3 E’s (Efetividade, Eficácia e Eficiência) agregam
valor ao Processo Decisório. De que forma? Ora, todo problema necessita de
soluções que são encontradas através dos objetivos e avaliação de alternativas
para solucioná-los (Efetividade), assim os objetivos podem ser concretizados e
solucionados (Eficácia), mas não de qualquer forma, mas utilizando-se dos
melhores e resumidos recursos possíveis (Eficiência).
AS ETAPAS DE
UMA DECISÃO
O processo
decisório é composto por 6 partes: Definição do problema, Identificação dos
critérios, Ponderação dos critérios, Geração de alternativas, Classificação de
cada alternativa de acordo com cada critério, Identificação da solução ideal.
Mas
dificilmente perpassamos por todas as partes ao tomar uma decisão. Sobretudo,
porque na maioria das vezes utilizamos o nosso Sistema intuitivo/emocional,
mais rápido e cômodo ao invés do raciocínio consciente, mais exigente e lento.
Outros fatores
que constituem o Processo Decisório:
RACIONALIDADE
LIMITADA: refere-se ao limite que há na racionalidade humana devido a fatores
de: excesso de informações, recursos disponíveis, tempo indevido, erros e
limites, força de vontade, interesse próprio e questões éticas;
CONSCIENTIZAÇÃO
LIMITADA: A consciência não consegue abranger o todo, sendo assim, privilegia
algumas coisas para atentar-se e deixa de lado outras coisas;
ÉTICA
LIMITADA: Trata os paradoxos que há entre aquilo que julgamos ético e aquilo
que praticamos. O erro que enxergamos no outro fica indiferente quando
cometidos por nós;
HEURÍSTICA:
São atalhos mentais que servem para simplicar e acelerar o Processo Decisório,
principalmente quando se depara com situações complexas. Os atalhos são:
Disponibilidade (o que já temos de disponível sobre determinado assunto),
Representatividade (quando o julgamento é feito a partir de estereótipos),
Afeto (prevalece sobre o racional) e Teste de hipótese (dados seletivos e
hipotéticos);
VIESES DA
TOMADA DE DECISÃO: O principal viés é a heurística, mas existem outros,
considerados como armadilhas. Ei-las: Armadilha da âncora, status quo,
confirmação das evidências, autoconfiança, memória, prudência.