terça-feira, 29 de abril de 2014

ADMINISTRAÇÃO PESSOAL: Uma questão de egoísmo altruísta


Egoísmo e altruísmo. Paradoxos que podem se dar as mãos na solução de tornar a solidão um motivo a mais para estar e ser melhor na multidão.
A Administração Pessoal acontece assim, no egoísmo altruísta que a solidão harmoniza, vitaliza, pois prepara o “eu” para encontrar-se melhor com o “tu”.
Recolher-se no mais profundo do eu, privilegiar o autoconhecimento, lugar no qual as máscaras são naturalmente retiradas e a face às vezes cansada é apresentada. Não simplesmente para constatar e cair talvez no complexo de inferioridade, mas para ser autêntico na vida, consigo e com os outros. Fazer uma análise SWOT, percebendo forças, fraquezas, ameaças e oportunidades.
Há alguns que não suportam a si mesmo, não suportam a solidão e o silêncio, têm medo. Preferem a internet até o sono chegar (ou prolongar), a música para distrair e acalmar (ou agitar), e outras coisas que distraem a atenção e o foco. E quando o sono chega ou se tenta dormir, a sensação é que o dia está incompleto, faltou algo a fazer, alguém pra falar. Percebe-se então que a alma não consegue o sossego restaurador e o intervalo necessário no seguimento dos dias.
E são poucos os que refletem sobre si. Seja através de uma reflexão antropocêntrica, que coloca o eu no centro, avaliando-o em relação ao dia e/ou através de uma reflexão teocêntrica, elevando o eu a Deus, reconhecendo que nele o eu é santificado.
O paradoxo do egoísmo altruísta pode ter o sinônimo de Administração Pessoal. Aquela que o indivíduo, qualquer que seja sua atividade e profissão, consegue administrar a si mesmo, ou seja, seu tempo, suas emoções, seus compromissos e as prioridades para viver com totalidade e qualidade a sua vida.
Quando sou altruísta não sendo, ou seja, utilizando-se da máscara que superficializa o meu eu verdadeiro, posso estar sendo egoísta. Então aquilo que faço e sou, ainda que seja algo solidário, será instrumentalizado erroneamente para que somente o ego seja satisfeito.
A reflexão interior nas suas variadas formas torna-se o momento propício de organização do EGO, permitindo que o silêncio seja positivo, bem como a solidão. A solidão que prova e provoca solidez, que amoriza e não entendia a alma.
Momento de parar, se recompor, de entrar no quarto do próprio coração. Assim, poder rir e chorar de si mesmo sem restrições e medos, refletindo sobre os dons e talentos, mas também sobre os limites e defeitos. Momento de crescimento, de amadurecer, de firmar a identidade, com liberdade, com verdade.
Egoísmo altruísta. Necessidade humana de parar um pouco, disciplinar-se no que se é para melhor ser com o outro.
Daí a necessidade de uma valorização do indivíduo, enquanto pessoa dotada de potencialidade, na complexidade do seu ser (fruto do meio, das experiências e da cultura). Sob essa ótica torna-se possível o entendimento do seu comportamento dentro de um determinado grupo.
Não se trata simplesmente de causa e efeito, mas de uma necessidade para que os grupos, e de forma especial as Organizações sejam beneficiadas e diminuam os problemas relacionados ao gerenciamento de pessoas. Pois quanto mais as pessoas exercitarem o “egoísmo altruísta” e realizarem a Administração Pessoal, mais estarão preparadas para se relacionarem produzindo bons resultados aos grupos nos quais estão inseridas.

Nada de altruísmo egocêntrico, instrumentalizando o outro para benefício próprio, este falsifica a caridade. Mas sempre o EGO que caminha ao ALTER, na valorização de saber quem se é, para saber o que se quer, no contexto da sua vivência social.  Quem sabe assim, as pessoas -na união do eu e tu- consigam viver melhor a dimensão do NÓS.

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